A decisão da Justiça do Rio de libertar a falsa psicóloga Beatriz Cunha causou a revolta do advogado Gilson Moreira, de 48 anos. O filho dele, Igor, de oito, foi uma das vítimas da falsária, que atuou por 12 anos como especialista no tratamento de crianças com autismo.
Gilson diz que a Justiça não pensou nos danos causados à saúde das crianças quando decidiu colocar a falsa psicóloga de volta às ruas.
- Que Judiciário é esse que liberta uma mulher que só fez mal à saúde das crianças com autismo. Meu filho não teve progressos, só regrediu. Fui levado pela propaganda enganosa de uma falsa especialista.
o advogado é o autor da denúncia que levou a polícia à clínica de Beatriz, em Botafogo, zona sul do Rio. Gilson desconfiou da fraude quando pediu recibos do tratamento para declarar as despesas no Imposto de Renda. Como não tinha registro no Conselho Regional de Psicologia, Beatriz apresentou o documento de uma psicóloga que mora na Bahia.
Nesta quinta-feira (22), Gilson e outros familiares das vítimas da falsária vão fazer um protesto contra a decisão da Justiça durante o interrogatório de Beatriz e do marido dela, Nelson Antunes de Farias Júnior, que também é acusado no processo.
- Vamos mostrar toda a nossa indignação para a Justiça. Nós não vamos nos conformar com essa mulher solta pelas ruas.
Gilson também planejar pedir ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que acompanhe o caso de perto.
- Eu e outros familiares vamos criar um conselho representativo e levar nosso apelo ao CNJ.
Nelson e Beatriz foram presos no último dia 23 de maio. Segundo a denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), o marido dela era responsável pela administração da clínica. Ainda de acordo com o MP-RJ o casal teria obtido vantagem ilícita de cerca de R$ 400 mil. Na lista de vítimas, constam 31 pacientes.
O casal é acusado de estelionato e crimes contra as relações de consumo. Beatriz responde ainda por falsidade ideológica.
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